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Ana Paula
Edio Fiorentini Jr

quinta-feira, 14 de abril de 2011

É proibido estudar (Rachel Sheherazade)



E não é que o Ministério da Educação e Cultura agora está recomendado às escolas o fim da repetência até o terceiro ano do ensino fundamental?



Para quem não sabe, os três primeiros anos da vida escolar são decisivos para a alfabetização.


É proibido estudar...



Mas, quem se importa se os estudantes chegarão ao quarto ano completamente analfabetos?



O que interessa é não fazer o aluno repetir de ano, mesmo que isso ponha em cheque todo o futuro desse cidadão, que um dia, lá na frente, terá que se submeter a inúmeros processos de seleção, tanto acadêmicos quanto profissionais....


Então, para quê estudar, ler, se esforçar, aprender, se você, estudante, pode ser aprovado, simples, tranquila e automaticamente?


Uma lição de retrocesso. É isso o que o MEC –está dando a todos os brasileiros: alunos ou não.


Mas, por que será que o Ministério da Educação, de uma hora para a outra, resolve desaprovar a reprovação?



Simples. A reprovação custa caro. Quase onze bilhões de reais por ano.


No fim das contas, é tudo uma questão de números. É tudo uma questão de não sair perdendo – do ponto de vista financeiro, é claro.


Aí, o MEC se justifica. “Ah, mas nos países que implantaram esse sistema, como França e Japão, o ensino melhorou.”


Senhores mestres do bom senso, não há fórmula mágica para o ensino melhorar.


Nos países desenvolvidos, o ensino melhorou por que é levado a sério. Educação, na França, é condição para a evolução de todo o país.


No Japão e na França, senhor ministro da Educação, os estudantes que não se saem bem em alguma disciplina são acompanhados rigorosamente por uma equipe de profissionais qualificados e dispostos, a todo o custo, a faze-los superar as dificuldades.



Não tem ninguém para passar a mão na cabeça do aluno e fazer de conta que ele é um gênio, quando, na verdade, mal aprendeu a escrever o nome.



Mas a lógica do Brasil funciona de outro jeito:



É mais fácil e mais barato aprovar os alunos indiscriminadamente do que investir na qualidade do ensino, contratando bons professores, pagando salários justos, pensando a educação como prioridade neste país.



É o Brasil na contra-mão da história, enterrando o sistema de ensino meritório e sua história de sucesso que remonta há milênios.



Do jeito que as coisas vão, o futuro do país será bem interessante. Com as bênçãos do MEC, teremos um Brasil de alfabetizados de direito e analfabetos de fato



MENTES PERIGOSAS...


Desarmar os cérebros
-Alexandre Garcia



O Jornalista em um de seus artigos, logo após as declarações de José Sarney em realizar novo plebicito-desarmamento, coloca de forma brilhante o que realmente deve ser feito: DESARMAR OS CÉREBROS.


Logo que aconteceu o massacre na escola do Rio de Janeiro, o presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressaram a dar uma solução tão fácil quanto inócua e sem sentido: “É preciso proibir armas de fogo!”. Fiquei atônito.


Bandidos e loucos não estão proibidos de comprar e usar armas de fogo? Acaso o matador de crianças foi a uma loja comprar os dois revólveres? Se tentasse comprar numa loja, não conseguiria. A lei brasileira é muito rígida e é dificílimo comprar armas; mais difícil ainda conseguir porte para andar armado.


Semana passada fiz uma palestra sobre trânsito na Câmara dos Deputados. Demonstrei, a deputados, senadores e autoridades de trânsito, que por dia, no Brasil, morrem de 96 a 219 pessoas no asfalto. Imagine agora as autoridades reagindo e dando uma solução: “É preciso proibir veículos automotores!”.

Não são os veículos nem as armas que matam. Nem as mãos que estão no volante ou no gatilho. São os cérebros que comandam as mãos. Temos que perguntar que combustível, que munição está alimentando os cérebros que matam. Não faz diferença alguma proibir carros ou armas de fogo. Na China, em 2006, Bai Ningyang invadiu um jardim de infância e matou 12 crianças – o mesmo número de mortos pelos dois revólveres de Wellington – com uma faca e gasolina de automóvel. No ano passado, também na China, numa escola primária, Zheng Minsheng, de 11 anos, matou oito com uma faca. Num jardim de infância chinês, um homem armado de faca matou nove crianças. No Japão, em 2001, um homem matou oito crianças numa escola de Osaka, usando faca de cozinha. Sarney e o ministro da Justiça iriam isentar da proibição as facas, tão letais quanto as armas de fogo de Wellington?


O que as autoridades e nós todos temos que ter é coragem de enfrentar, é dar respostas para o ódio, a violência, a vingança, que estão armando os cérebros neste país. De onde vem isso? Os escritos de Wellington talvez ajudem um pouco, mas são só uma pista. As pixações na casa em que ele morava em Sepetiba mostram um ódio bem difundido.


Na internet, li uma mensagem afirmando que ele deveria matar todos os congressistas – o que mostra como andam os nossos cérebros. Matar, resolver no soco, na violência, na força, está bem longe da civilização. A selvageria, o fanatismo nas rixas de futebol, o esporte nacional, mostram isso. É preciso desarmar os cérebros.


Alexandre Garcia